domingo, 13 de janeiro de 2013

Intervir no quê?

Assentamento Milton Santos, Aldeia Maracanã, ocupação de prédio em Taguatinga (DF), ocupação de prédio na rua General Couto Magalhães (Luz - SP) - esse que vai ser "desinvadido" para a ser a sede do Memorial da Democracia (e que memórias!) do Instituto Lula. Quase 1 ano da desocupação de Pinheirinho. São tantos casos! E a nossa desoladora sensação de impotência.
Que é que dá para fazer? A gente divulga, assina petição, faz manifestação, xinga, toma prédio, paraliza rodovia, faz vídeo, moção de solidariedade e panfleto.  A gente acompanha a desocupação com a câmera ligada para inibir ações policiais (mais) violentas, a gente faz campanha de arrecadação.

Mas o que é que dá pra fazer?

A gente não desmerece ações de contenção e protesto como essas, não, a gente as apóia e a gente participa de muitas delas. Mas a gente também tem que entender se estão acontecendo desocupações, é porque ocupações precisaram acontecer em primeiro lugar. E se acontecem ocupações, é porque tem gente sem casa. Se tem gente sem casa (e tem ainda mais casa vazia), é porque existe essa coisa abominável que se chama especulação imobiliária. E se tem especulação, quer dizer que o lucro vale mais do que as pessoas. E se isso acontece, é porque esse sistema se chama Capitalismo. Bem vindos ao X da questão.

Não dá para falar em um mundo mais justo e solidário, fazer campanhas de sustentabilidade, lutar por justiça, arrecadar fundos para causas especiais e reivindicar democracia dentro de um sistema capitalista, porque é ele que causa direta ou indiretamente todas as coisas contra as quais a gente luta.
Então vamos começar por aí. E fazer nossa arte, nosso protesto, dar nosso grito por aí. 

Bom, toda essa volta pra trazer o trabalho de dois artistas que têm influenciado nosso debate sobre as intervenções. Dá-lhe Banksy, dá-lhe Dran!


   


Vamos pensando em como fazer a crítica sem ser raso, em como incomodar de verdade o que tem que ser incomodado. Em breve tem mais!

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