sábado, 26 de janeiro de 2013

Dedo na ferida

Foto    Mais uma conversa de avaliação dos nossos processos. Precisamos colocar no blog mais ações nossas, não apenas de causas que apoiamos. Mas que ações? Bom, então tá faltando fazer mais ações. Aí cabe a tomada de uma atitude: vamos discutir mais objetivamente e parar de criar tantos empecilhos e fazer mais. Nem sempre as ações precisam de tanta elaboração. Vamos combinar que a gente já conseguiu se apropriar minimamente dos conteúdos da nossa pesquisa e já podemos "confiar no nosso taco". Então bora fazer nossa ação em apoio a causa que tanto divulgamos. Pega o stêncil, lata de spray na mão e panfletos. Caras feias para a gente. Ops!
O que causava tanto desconforto? O spray? O ato de intervir no espaço público? Onde é público, onde é privado na rua? Nada de muros de casas, não vamos profanar o direito à propriedade privada!  E a calçada também é particular, uma extensão de cada casa? Quer dizer que andamos pelas casas dos outros o dia todo? Mas é só andar que pode...?

Estávamos enfeiando as ruas? Precisávamos fazer escondido, talvez a noite? Será que o preconceito contra a "pixação" (que é o que pressupõe um spray na mão para muitos) ia inviabilizar a empatia das pessoas com o conteúdo dos panfletos que colocávamos em suas caixas de correio? Será que as pessoas irão ler os panfletos? Coloquei alguns em umas casas já vendo o destino dos papéis. Pré-conceito meu? Será que as pessoas vão sequer ver os postes e chão com nossa intervenção? Ou será que nosso olhar não está treinado para os detalhes?
Incertezas muitas. Sensação de estar fazendo errado. Mas se a gente quer mostrar que o que está posto não está bom, desagradar não faz parte do nosso trabalho? Eu quero botar o dedo na ferida! Mas os olhares de desaprovação também botam o dedo nas minhas. Tá doendo. Mas acho que vai precisar ser assim. Qual é o limiar? Como fazer a provocação chegar sem ser bloqueada por uma falta completa de empatia? Vamos fazendo para descobrir. 

2 comentários:

  1. Minas, o mais importante é que estão com a mão na massa e essa experiência é muito importante para ir achando as soluções. Acho que a bronca ao spray é porque o pixo não é lá muito querido pela população. O que vcs estão fazendo, porém, deveria causar outro tipo de impacto já que ao invés de pixar seus nomes estão colocando uma causa. O problema é que pouca gente sabe o que é o Milton Santos e a panfletagem é fundamental para esclarecer isso. A única coisa que devem tomar muito cuidado é com a polícia, no geral policiais não tem nenhuma tolerância quando veem uma lata de spray. Vão fundo mulés!!!

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    1. Pois é, esse lance do pixo tem causado várias questões entre a gente. A Paty achou um documentário (chamado Pixo, inclusive), que botou a gente pra pensar. Mas é isso aí, bora fazer. E criar bom condicionamento físico pra fugir da polícia rsrs

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