E demos uma paradinha para respirar um pouco.
Bom, mais ou menos isso. Tem coisa para amadurecer, texto para ler, ideias para ter, arte para preparar.
E janeiro que nos espere com as nossas intervenções. Que os espaços públicos virem públicos. E vamos aproveitar essa criançada na rua para nos ensinar como que se usa esse espaço.
Ações
Teatro pelo teatro esse grupo não quer. Então vamos descobrindo o que é que a gente quer e como fazer. Vamos programando as oficinas e as intervenções pela cidade, vamos improvisando e recriando nossas cenas, vamos tomando conta desse nosso espaço coletivo que é o CDC, vamos partilhando nossas certezas e incertezas no blog.
É só fazendo, discutindo, refazendo, rediscutindo que a gente se acha, não é, Albertinas?
No último dia 15
rolou um mutirão de limpeza no CDC, muita gente se juntou para contribuir,
grupos que ocupam o espaço, parceiros desses grupos e tantos outros parceiros
dos parceiros...
Iniciamos pelas
10h da manhã, com direito a música, conversa, encontros e um super almoço
depois.
Talvez seja em
momentos como esse que mais nos sentimos parte de um espaço, pensar num espaço construído
e administrado por todos que o usufruem é mais difícil do que conseguimos supor, mas é
absolutamente prazeroso poder se sentir parte, de fato, de um lugar.
Que possamos nos apropriar de muitas mais coisas dentro da
cidade, a cidade é do povo e ele é quem deve se apropriar dela.
E seguindo no debate sobre o direito à cidade, temos que entender que ele está além da conquista de direitos individuais - "a minha qualidade de vida", "o meu acesso ao trabalho", "o lazer da minha família aos finais de semana".
O direito à cidade envolve mais do que a chance de usar serviços e áreas públicas da cidade. A discussão vem antes - na produção desses espaços e criação desses serviços.
Você já pensou por que uma manifestação de rua precisa pedir autorização para acontecer? Por que o Coletivo Dolores, parceiro no uso do CDC, teve que pedir autorização à subprefeitura para fazer sua Ocupação Cultural de uma praça? Ela não é pública?
Acontece que, por várias vias, a cidade é construída e gerida de forma que apenas algumas pessoas tenham acesso a determinadas coisas, para que a classe (dominante) que toma conta dela tenha seus espaços privilegiados, em que não precise conviver com a classe trabalhadora.
Sim, a luta pelo direito à cidade é uma luta de classes! E é uma luta por terra, por espaço!
Não dá para esquecer dos nossos companheiros do campo, que também estão lutando pelos seus direitos de ter um pedaço de terra para viver. Ainda que com suas particularidades, a luta no campo não difere da luta por moradia na cidade.
Por isso o Coletivo manifesta seu total apoio às famílias do Assentamento Milton Santos, que lutam hoje pela garantia de seus direitos de morar e produzir em suas terras.
O modelo do agronegócio e do latifúndio representam a construção do espaço do campo por uma classe beneficiada em prol dos ditames do capital. Isso não vamos aceitar nunca!
Não dá para a gente defender a Reforma Urbana e esquecer da Reforma Agrária. A luta é uma só.
Continuaremos a marcar presença na luta. Vamos de stencil, bandeiras, voz e o que mais for preciso.
O que não dá é pra ficar do jeito que está!
Foto: Fábio Carvalho/MST
Manifestação de ontem (11/12), que saiu da Pça Charles Miller, no Pacaembu, e foi até a Av. Paulista, em frente ao escritório da Presidência da República. Depois o MST ocupou o INCRA e a mobilização não vai cessar até que o governo federal impeça o despejo das famílias.
Para acompanhar as mobilizações:
Carta aberta do assentamento Milton Santos
http://www.brasildefato.com.br/node/11339
Assentamento Milton Santos ocupa Secretaria da Presidente em São Paulo (10/12) http://www.assentamentomiltonsantos.com.br/?p=150
MST ocupa Incra por desapropriação definitiva de área do assentamento Milton Santos (11/12)
http://www.brasildefato.com.br/node/11357
E o primeiro encontro da nossa sequência de conversas foi neste sábado, dia 8 de Dezembro.
O tema, como já havíamos comentado no blog foi "O direito à cidade - a cidade e o urbano nas obras de Henri Lefebvre". O parceiro Sandro B.O, integrante do Coletivo Dolores Boca Aberta, associado da Usina Centro de
Trabalhos para o Ambiente Habitado e integrante da Escola de Samba
Unidos da Lona Preta, ajudou a ampliar nossas discussões e reflexões acerca do tema.
"O direito à cidade - a cidade e o urbano nas obras de Henri Lefebvre"
Um bom café para continuar a prosear.
A prosa foi ótima e vamos seguindo nos estudos e ações, temos muito trabalho pela frente.
No dia 1o de dezembro, manifestações simultâneas tomaram conta das ruas no país. O motivo: as consequências das ações e obras por conta da Copa na vida de milhares de brasileiros. Remoções forçadas, direitos humanos violados, privatização do espaço público...
Uma das manifestações ocorreu na cidade de São Paulo e recebeu o nome de Ato “Copa pra quem?”. Organizado pelo Comitê Popular da Copa de São Paulo, esse ato reuniu movimentos sociais, sindicatos, artistas, moradores de regiões afetadas e estudantes, que fizeram uma caminhada da Ocupação Mauá, no bairro da Luz, até o Pavilhão do Anhembi, onde foi realizado o sorteio das chaves da Copa das Confederações.
Além de questionar o grande evento e a ideia de que a Copa apenas trará benefícios e será uma grande festa no país, o ato criticou também esse momento que foi a primeira vez que a Lei Geral da Copa entrou em vigor, operando em nome do Capital.
Foto: Passe Livre
“Hoje entra em vigor a Lei Geral da Copa. Com isso, em todos os eventos e jogos, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) estabelecerá zonas de exclusão, poderá exigir o fechamento de ruas e estabelecer o que pode ou não ser comercializado, ou mesmo exposto, em determinados locais, de acordo com seus interesses e o de seus parceiros. Ou seja, ficaremos sujeitos aos preceitos de uma organização privada internacional, acima das leis do nosso país”, segundo relato colhido e divulgado pela Rede Brasil Atual.*
De acordo com números do Comitê Popular da Copa, a mobilização vem em nome de "cerca de 170 mil pessoas que devem ser removidas de suas casas nas doze cidades que receberão o Mundial em 2014. A conta também é de cerca de 10 mil ambulantes que estão ameaçados de trabalhar no país pela limitação da Lei Geral da Copa que dá poder à Fifa sobre o comércio num raio de 2km dos estádios do torneio." **
Foto: Passe Livre
O ato contou com a fala de representantes dos movimentos presentes, com batucada de grupos como o Passe Livre e do Coletivo Dolores, apresentação do grupo Hangar de Elefantes e intervenções teatrais concebidas pelos grupos Parlendas e Nóis de Teatro, com a participação de outros coletivos parceiros, como a Cia. Estável, Coletivo da Albertina, Revista e Kiwi.