quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Série Rotatórias - v. 2

"Posso tomar esse café também?"

Mais uma intervenção da Série Rotatórias - Ocupe a cidade ou quem roda é você!

Hoje realizamos uma intervenção bem prática - levamos nossa reunião para a rotatória. Dessa vez, ao realizarmos ela de manhã, tomando café, sentimos uma aproximação mais singela das pessoas, que vinham perguntar se poderiam participar do café também. E teve gente que veio mesmo. 

"O que é que vocês estão fazendo?" ou "Sobre o que vocês estão se manifestando?"

Estamos usando a rua, o espaço público, que deve ser nosso de direito. Por que que a gente tem que usar a cidade apenas para se deslocar da casa para o trabalho? A vida não pode ser mais do que isso?


Experimentamos mais essa nova versão e o resultado tem sido bastante positivo. Não só por causar um estranhamento na rotina das pessoas, mas por gerar esse espaço de conversa e de troca olho no olho com os menos tímidos que vem conversar.
Pode parecer ingênuo, mas a gente tem imaginado que não tem uma fórmula mágica de se intervir ou de se questionar a forma como as coisas se dão. E não adianta querer propor radicalidade estética/discursiva a cada instante, porque tem algo muito básico para o qual a gente precisa se voltar para mudar as coisas: as relações. Somos seres sociais, não? E, em alguma medida, precisamos retomar a nossa sensibilidade nesse processo. Seguimos na tentativa...!

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Olha a água!


 Nesses dias de calor intenso e CDSauna, tivemos que usar nossa criatividade! Os jogos de aquecimento dos ensaios não podiam "aquecer" tanto assim, ou a gente não aguentava! A solução foi bolar uma mescla dos jogos que a gente tem no repertório com atividades que pudessem refrescar ao mesmo tempo enquanto a gente se utilizava do espaço externo da nossa sede.


 Pois é, fazer teatro de rua está difícil. Quando não chove em dia de espetáculo, faz esse sol intenso! Mas vamos reinventando, pois o trabalho não pode parar, nem a diversão!

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Grande Leilão da Especula São Paulo!

"Olha só, cidadão paulistano, vai começar, vai começar mais um grande Leilão da Especula São Paulo! Podem se aproximar, preparem seus lances. Vamos chegando, vai começar."

Assim era o chamado feito na Praça da República no dia do aniversário da cidade. As pessoas, distraídas em seu passeio ou aguardando pelo show que aconteceria dali a alguns minutos, foram pegas de surpresa por estranhas figuras de branco, interligadas entre si. Mas ainda mais estranho era o que estavam propondo - a venda da cidade e de seus serviços. 

As Empreiteiras no comando


Mídia e a cidade vendida

"Olha só, essa primeira peça! Que refinada, ela é direito de todos. Ela, a educação pública! Quem quer, quem quer? O primeiro lance está em 10 mil. Quem dá mais?"

Pode até parecer estranho, mas não é invenção da nossa cabeça. Já ouviu falar em PPPs? São as tais das Parcerias Público-Privadas, que permitem que o Estado repasse aquilo que deveria ser sua obrigação de fornecer serviços públicos de qualidade às empresas. Elas vão tomando conta de hospitais, linhas de metrô, escolas, teatros, e então decidem por si próprias como gerenciá-los com um objetivo claro em mente: o lucro. 

"Educação pública vendida para a fundação Casandiru, que ainda leva um sistema de catracas de brinde!"

Estado acorrentado
OS's, ONG's, bancos, grandes empreiteiras. Pode parecer que não, mas são eles que controlam a cidade. O governo fica à serviço delas, a mídia garante a hegemonia de seus interesses... e as relações aparecem naturalizadas, parecem corretas, como se sempre fosse assim e pra sempre isso se manteria. 

"O segundo item da tarde é uma relíquia da cidade, um marco histórico, cheio de atrações para a própria comunidade do entorno. É o inebriante Bairro da Luz! Vamos começar os lances com o financiamento da campanha eleitoral do candidato Coelho da Fonseca por míseros 2,5 milhões de reais. Quem dá mais? Camargo e Correia anunciam 5 milhões. Eu ouvi 7? Eu ouvi 7 da Tenda. Opa! 8 milhões oferecidos pela OAS... 9 ali pra Rossi!"

Bem, as coisas não precisam ser assim e se a gente não fizer alguma coisa a respeito...

"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente,seu pão e seu salário.
E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, 
que só à humanidade pertence."

Bertolt Brecht