quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Férias...! Quer dizer...

E demos uma paradinha para respirar um pouco.
Bom, mais ou menos isso. Tem coisa para amadurecer, texto para ler, ideias para ter, arte para preparar.


E janeiro que nos espere com as nossas intervenções. Que os espaços públicos virem públicos. E vamos aproveitar essa criançada na rua para nos ensinar como que se usa esse espaço. 

Ações

Teatro pelo teatro esse grupo não quer. Então vamos descobrindo o que é que a gente quer e como fazer. Vamos programando as oficinas e as intervenções pela cidade, vamos improvisando e recriando nossas cenas, vamos tomando conta desse nosso espaço coletivo que é o CDC, vamos partilhando nossas certezas e incertezas no blog.


É só fazendo, discutindo, refazendo, rediscutindo que a gente se acha, não é, Albertinas?

Então bora fazer. 
E que esse 2013 ponha as coisas de pernas pro ar. 
Amo vocês. 



“en la lucha de clases
todas las armas son buenas
piedras 
noches 
poemas” 
(LEMINSKI)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Mutirão CDC


   
      No último dia 15 rolou um mutirão de limpeza no CDC, muita gente se juntou para contribuir, grupos que ocupam o espaço, parceiros desses grupos e tantos outros parceiros dos parceiros...

    Iniciamos pelas 10h da manhã, com direito a música, conversa, encontros e um super almoço depois.

    Talvez seja em momentos como esse que mais nos sentimos parte de um espaço, pensar num espaço construído e administrado por todos que o usufruem é  mais difícil do que conseguimos supor, mas é absolutamente prazeroso poder se sentir parte, de fato, de um lugar.

    Que possamos  nos apropriar de muitas mais coisas dentro da cidade, a cidade é do povo e ele é quem deve se apropriar dela.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Direito à Terra


CONFISSÃO DO LATIFÚNDIO
(Dom Pedro Casaldáliga)

Por onde passei,
plantei a cerca farpada,
plantei a queimada.
Por onde passei,
plantei a morte matada.
Por onde passei,
matei a tribo calada,
a roça suada,
a terra esperada...
Por onde passei,
tendo tudo em lei,
eu plantei o nada.

(São Félix do Araguaia, 2006)


E seguindo no debate sobre o direito à cidade, temos que entender que ele está além da conquista de direitos individuais - "a minha qualidade de vida", "o meu acesso ao trabalho", "o lazer da minha família aos finais de semana". 

O direito à cidade envolve mais do que a chance de usar serviços e áreas públicas da cidade. A discussão vem antes - na produção desses espaços e criação desses serviços. 

Você já pensou por que uma manifestação de rua precisa pedir autorização para acontecer? Por que o Coletivo Dolores, parceiro no uso do CDC, teve que pedir autorização à subprefeitura para fazer sua Ocupação Cultural de uma praça? Ela não é pública?

Acontece que, por várias vias, a cidade é construída e gerida de forma que apenas algumas pessoas tenham acesso a determinadas coisas, para que a classe (dominante) que toma conta dela tenha seus espaços privilegiados, em que não precise conviver com a classe trabalhadora.

Sim, a luta pelo direito à cidade é uma luta de classes! E é uma luta por terra, por espaço!

Não dá para esquecer dos nossos companheiros do campo, que também estão lutando pelos seus direitos de ter um pedaço de terra para viver. Ainda que com suas particularidades, a luta no campo não difere da luta por moradia na cidade. 


Por isso o Coletivo manifesta seu total apoio às famílias do Assentamento Milton Santos, que lutam hoje pela garantia de seus direitos de morar e produzir em suas terras. 

O modelo do agronegócio e do latifúndio representam a construção do espaço do campo por uma classe beneficiada em prol dos ditames do capital. Isso não vamos aceitar nunca!
Não dá para a gente defender a Reforma Urbana e esquecer da Reforma Agrária. A luta é uma só. 

Continuaremos a marcar presença na luta. Vamos de stencil, bandeiras, voz e o que mais for preciso.
O que não dá é pra ficar do jeito que está!




Foto: Fábio Carvalho/MST
Manifestação de ontem (11/12), que saiu da Pça Charles Miller, no Pacaembu, e foi até a Av. Paulista, em frente ao escritório da Presidência da República. Depois o MST ocupou o INCRA e a mobilização não vai cessar até que o governo federal impeça o despejo das famílias.

Para acompanhar as mobilizações:


Carta aberta do assentamento Milton Santos
http://www.brasildefato.com.br/node/11339

Assentamento Milton Santos ocupa Secretaria da Presidente em São Paulo (10/12) http://www.assentamentomiltonsantos.com.br/?p=150

MST ocupa Incra por desapropriação definitiva de área do assentamento Milton Santos (11/12)
http://www.brasildefato.com.br/node/11357

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Primeira prosa

    E o primeiro encontro da nossa sequência de conversas foi neste sábado, dia 8 de Dezembro.
    O tema, como já havíamos comentado no blog foi "O direito à cidade - a cidade e o urbano nas obras de Henri Lefebvre". O parceiro Sandro B.O, integrante do Coletivo Dolores Boca Aberta, associado da Usina Centro de Trabalhos para o Ambiente Habitado e integrante da Escola de Samba Unidos da Lona Preta, ajudou a ampliar nossas discussões e reflexões acerca do tema.

"O direito à cidade - a cidade e o urbano nas obras de Henri Lefebvre"

Um bom café para continuar a prosear.

      A prosa foi ótima e vamos seguindo nos estudos e ações, temos muito trabalho pela frente.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Ato "Copa pra Quem?"

Ativistas realizam ato em São Paulo exigindo uma Copa do Mundo para todos
Foto: Rede Brasil Atual
    
No dia 1o de dezembro, manifestações simultâneas tomaram conta das ruas no país. O motivo: as consequências das ações e obras por conta da Copa na vida de milhares de brasileiros. Remoções forçadas, direitos humanos violados, privatização do espaço público... 

    Uma das manifestações ocorreu na cidade de São Paulo e recebeu o nome de Ato “Copa pra quem?”. Organizado pelo Comitê Popular da Copa de São Paulo, esse ato reuniu movimentos sociais, sindicatos, artistas, moradores de regiões afetadas e estudantes, que fizeram uma caminhada da Ocupação Mauá, no bairro da Luz, até o Pavilhão do Anhembi, onde foi realizado o sorteio das chaves da Copa das Confederações. 

     Além de questionar o grande evento e a ideia de que a Copa apenas trará benefícios e será uma grande festa no país, o ato criticou também esse momento que foi a primeira vez que a Lei Geral da Copa entrou em vigor, operando em nome do Capital. 

Foto: Passe Livre
      “Hoje entra em vigor a Lei Geral da Copa. Com isso, em todos os eventos e jogos, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) estabelecerá zonas de exclusão, poderá exigir o fechamento de ruas e estabelecer o que pode ou não ser comercializado, ou mesmo exposto, em determinados locais, de acordo com seus interesses e o de seus parceiros. Ou seja, ficaremos sujeitos aos preceitos de uma organização privada internacional, acima das leis do nosso país”, segundo relato colhido e divulgado pela Rede Brasil Atual.*

     De acordo com números do Comitê Popular da Copa, a mobilização vem em nome de "cerca de 170 mil pessoas que devem ser removidas de suas casas nas doze cidades que receberão o Mundial em 2014. A conta também é de cerca de 10 mil ambulantes que estão ameaçados de trabalhar no país pela limitação da Lei Geral da Copa que dá poder à Fifa sobre o comércio num raio de 2km dos estádios do torneio." **
       
Foto: Passe Livre
      O ato contou com a fala de representantes dos movimentos presentes, com batucada de grupos como o Passe Livre e do Coletivo Dolores, apresentação do grupo Hangar de Elefantes e intervenções teatrais concebidas pelos grupos Parlendas e Nóis de Teatro, com a participação de outros coletivos parceiros, como a Cia. Estável, Coletivo da Albertina, Revista e Kiwi. 

Abaixo alguns links sobre o Ato:

* http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2012/12/ativistas-realizam-ato-em-sao-paulo-exigindo-uma-copa-do-mundo-para-todos

** http://www.portalpopulardacopa.org.br/index.php?option=com_k2&view=item&id=314:copa-pra-quem?-ganha-for%C3%A7a-e-aldo-rebelo-receber%C3%A1-comiss%C3%A3o-que-questiona-viola%C3%A7%C3%B5es-da-fifa

http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2012/12/01/manifestacao-contra-obras-da-copa-reune-dois-mil-manifestantes-com-teatro-em-sao-paulo.htm

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Direito à Cidade


O Coletivo da Albertina convida a tod@s para um café no próximo sábado, dia 8. Faremos uma conversa sobre o tema central de nossa pesquisa: "O Direito à Cidade", iniciando um ciclo de estudos abertos do coletivo, que se estenderá pelo próximo ano.

O termo "Direito à Cidade" foi concebido por Henri Lefebvre em sua obra “Le droit à la ville”, de 1968, e essa temática tem sido bastante discutida nos nossos dias. Por isso, iniciaremos essa prosa por uma reflexão sobre as obras do filósofo acerca desse tema.


Convidamos para essa primeira conversa o parceiro Sandro B.O., integrante do Coletivo Dolores Boca Aberta, associado da Usina Centro de Trabalhos para o Ambiente Habitado e integrante da Escola de Samba Unidos da Lona Preta.

Bora prosear e tomar um bom café com a gente que esses estudos vão longe!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Copa Pra Quem?


Albertinas: PRESENTES!





“basta o amor pelo esporte para hipnotizar desavisados”
– Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira 


Manifesto Copa pra quem?


Somos torcedores impedidos de ir ao estádio. Somos trabalhadores ambulantes impedidos de trabalhar. Somos moradores de favelas e ocupações despejados ou ameaçados de perder nossas casas. Somos sem terra e sem teto organizados em luta. Somos mulheres, somos crianças e adolescentes, somos LGBT e sofremos toda forma de violência e exploração sexual. Somos pobres, pretos, periféricos, e somos exterminados na calada da noite por um Estado terrorista. Somos o povo da rua, somos pessoas com sofrimento mental, somos trabalhadoras do sexo, expulsos do centro da cidade, internados compulsoriamente, presos sem condenação. Somos trabalhadores da construção civil, explorados e precarizados no nosso trabalho. Somos idosos e pessoas com deficiência discriminados. Somos cidadãos cujos impostos são desviados do orçamento público para o benefício particular de uns poucos. Somos jogadores e jogadoras de futebol e nossos campos de várzea foram tomados. Somos amantes do futebol. Somos 99% da população. 

Desde que o Brasil foi anunciado sede da Copa do Mundo de 2014, diversos impactos tem sido sentidos pela população. Em vez de ser motivo de celebração do esporte mais popular do país e melhoria na vida das pessoas da cidade, a preparação para este megaevento tem sido utilizada para aumentar, acelerar, e intensificar violações de direitos humanos por toda a cidade.

Em primeiro lugar, as remoções forçadas de milhares de pessoas de suas casas sem alternativa de moradia digna, para dar lugar a obras viárias que nem sequer foram discutidas com a população, além de incêndios criminosos em favelas e da expulsão da população em situação de rua do centro da cidade num violento processo de limpeza social. A cidade está entregue ao mercado imobiliário e à especulação financeira numa lógica de megaeventos e megaprojetos, proibida aos seus habitantes. O transporte público representa uma humilhação cotidiana para os trabalhadores nos seus trens e ônibus lotados e exclui quem não pode pagar sua tarifa caríssima, enquanto o transporte individual é incentivado e priorizado. 

Nas obras, a precarização dos direitos e condições de trabalho daqueles que constróem a cidade, e nas ruas a perseguição aos trabalhadores ambulantes, impedidos de trabalhar. Assistimos a um processo de militarização da cidade através de operações policiais que tem como alvo criminalizar, reprimir e exterminar a própria população – especialmente pobres, negros e periféricos, e os movimentos sociais – militarização que pouco tem a ver com o combate ao crime, e se estende até o policiamento de condutas em que somos todos suspeitos. Nos estádios, torcedores são criminalizados, ingressos caros elitizam o acesso ao espetáculo e as manifestações da cultura do futebol, com bandeiras e instrumentos, foram proibidas. Para que tudo isso aconteça, a aplicação de mais de 30 bilhões de reais – dinheiro público – em obras para um evento que será acessível a poucos e que tanta falta faz na saúde, educação, moradia, transporte e no próprio esporte... Com o evento, cresce a exploração sexual de mulheres e crianças e o tráfico de pessoas para estes fins.

Pensando nesses impactos e na possibilidade de organização popular para resistir e fazer o contraponto a este processo, e entendendo que a cidade e o futebol são do povo e não de cartolas, entidades privadas como a FIFA ou a CBF, corporações como a Coca Cola, governos ou empreiteiras, o Comitê Popular da Copa SP - grupo aberto de articulação e resistência contra impactos e violações de direitos humanos da Copa do Mundo de 2014 em SP - e as organizações e coletivos abaixo assinados convidam os movimentos sociais, organizações e entidades de defesa dos direitos humanos, coletivos autônomos, artistas, jornalistas, estudantes, pesquisadores/as e trabalhadores/as em geral para que se somem à organização de um grande ato dia 1º de dezembro, data do sorteio das chaves da Copa das Confederações da FIFA em SP, com concentração a partir das 13h em frente à Ocupação da Rua Mauá, quando perguntaremos aos governos responsáveis por essa situação, afinal, “COPA PRA QUEM?”.

As reuniões para organização do ato são abertas e tem acontecido na Rua Mauá, n.340. 
Para aderir ao manifesto, envie um e-mail com o nome da organização / coletivo / movimento para: comitepopulardacopasp@gmail.com

Assinam o Manifesto "Copa pra Quem?":

ACALeO – Ação Cultural Afro Leste Organizada
Articulação Nacional pela Memória, Verdade e Justiça
Associação dos Geógrafos Brasileiros – AGB/Seção São Paulo
APAC- Associação Potiguar dos Atingidos pelas Obras da Copa
Associação de Professores da PUC-SP (Apropuc)
Associação dos Moradores e Amigos do Jardim Helian- Itaquera
Associação dos moradores da Vila Uniâo Sta. Teresa (AMVUST)
Autônomos & Autônomas FC
Brava Cia.
Buraco D’Oráculo
Casa Mafalda
Central de Movimentos Populares (CMP)
Centro Acadêmico de Serviço Social - PUC SP (CASS PUC-SP)
Centro Acadêmico Ruy Barbosa (CARB) 
Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos
Coletivo da Albertina
Coletivo Canto Geral - Direito USP
Centro Santo Dias de Direitos Humanos
Coletivo NASA - ABC
Comissão Pastoral para a Caridade, Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo 
Comitê de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes
Comitê Popular da Copa SP
Companhia Kiwi
Companhia da Revista
Comunidades Unidas de Itaquera
Conselho Indigenista Missionário – CIMI/SP
Conselho Regional de Serviço Social 9ª Região – SP - CRESS
Cooperativa Paulista de Teatro (CPT)
CPT-Comissão Pastoral da Terra e Pastoral Carcerária
Democratização do Futebol
Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes
Escritório Modelo da PUC – SP
ExNEEF Executiva Nacional de Estudantes de Educação Física
Fanfarra do MAL (Movimento Autônomo Libertário)
Fórum Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo (FEDDCA)
Fórum da Assistência Social da Cidade de São Paulo
Fórum Permanente de Acompanhamento das Políticas Públicas para População em Situação de Rua de São Paulo
Grupo de Articulação para Moradia do Idoso da Capital (GARMIC)
Grupo Nóis de Teatro – Fortaleza - CE
Grupo Teatral Parlendas
Hangar de Elefantes
Instituto do Negro Padre Batista
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)
Instituto Pólis
Instituto Práxis de Direitos Humanos
Jornal O São Paulo
Kombi do Rap – São Caetano do Sul
Marcha Mundial das Mulheres
Movimento de Moradia Região Central (MMRC)
MDF - Movimentode Defesa dos favelados - Regiaõ Episcopal Belém
Mira Central - grupo livre de pesquisas sobre áreas urbanas centrais
Movimento de Sem Teto - MST
Movimento de Teatro de Grupo de São Paulo
Movimento de Teatro de Rua de SP
Movimento Nacional da População de Rua (MNPR)
Movimento Passe Livre SP (MPL) 
Movimento Unificado das Moradias da Várzea do Tietê
Núcleo de Antropologia Urbana da USP (NAU)
Núcleo de Defesa de Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores de Materiais Recicláveis - SP (NDDH-SP)
Núcleo de Direito à Cidade – USP
Núcleo Jovem Dorothy Stang
Núcleo Paulistano de Pesquisadores em Teatro de Rua
Observatório das Metrópoles – São Paulo
Ocupa Sampa
Pastoral Afro da Arquidiocese
Pastoral da AIDS
Pastoral da Moradia Arquidiocese
Pastoral da Mulher Marginalizada (PMM)
Pastoral de Rua
Pombas Urbanas
Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo
Rede Brasileira de Teatro de Rua
Rede Jubileu Sul Brasil
Rede Rua
Salve Barroca - Em Prol da Vida – São Caetano do Sul
Serviço de Assessoria Jurídica Universitária (SAJU)
Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS)
Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM)
SINFRAJUPE Serviço Inter-Franciscano de Justiça Paz e Ecologia
Sociedade dos Amigos, Moradores e Empreendedores do Bairro Cerqueira César (SAMORCC)
Streetnet International
Tanq Rosa Choq
Tribunal Popular
União dos Movimentos de Moradia São Paulo (UMMSP)
Vila Nova Esperança

sábado, 24 de novembro de 2012

Fazendo barulho


E vamos nos preparando para 2013!

O projeto prevê a realização de oficinas de música e teatro com alunos da rede pública de ensino. Além das batucadas e do estudo do Funk e do Rap, está inclusa a confecção de instrumentos musicais com materiais alternativos. 

Depois de pesquisas e conversas, levantamos alguns materiais e já experimentamos as propostas que surgiram. 




Recicláveis, miçangas, barbante, canos de pvc, fita adesiva. Materiais disponíveis no nosso cotidiano, com funções diversas, que passam a ser reordenados e ressignificados, produzindo diferentes sons. 

A ideia é que no próximo ano os alunos confeccionem seus próprios instrumentos para utilização durante as oficinas e para seu treino pessoal. E disso tudo faremos coletivamente um registro com principais passos de construção e relatos da experiência dos alunos.


O coletivo não desconsidera a importância da sustentabilidade e do reaproveitamento de materiais. Mas para além disso, a gente se pauta também pela nossa realidade financeira. Esse nosso teatro que recusa a condição de mercadoria e que não está aí para ser comprado não espera sobreviver de bilheteria nem patrocínio de empresas privadas. Com o edital, conseguimos um fôlego para chamar parceiros que troquem  saberes com a gente e vamos comprar alguns instrumentos, mas a forma que a gente encontrou de cada participante desse processo se apropriar daquilo que está fazendo e poder batucar aí pelas ruas e praças com seus próprios instrumentos, foi essa. 


E tá sendo divertido! Logo tem mais.

Vamos que vamos. 

domingo, 18 de novembro de 2012

Nossas intervenções

   
    Intervir no espaço público é intervir no cotidiano e no olhar mecanizado das pessoas que transitam pela cidade, é também uma forma de testar a potência de nossos estudos e de nossas criações.
    
    Durante o projeto estão previstas algumas intervenções, a primeira foi realizada em Julho deste ano.


     
      Estação Barra Funda do Metrô sentido Corinthians Itaquera - 17hras e 30min - Vagões cheios - Fitas amarradas....
    
      Lembrança de Nossa Senhora dos Direitos Humanos - Lembrança de Nossa Senhora da Casa Própria - Lembrança de Nossa Senhora do Prato na Mesa - Lembrança de Nossa Senhora do Transporte de Qualidade - Lembrança de Nossa Senhora da Educação Digna.

    Afinal, é sempre bom lembrar que todos os nossos direitos têm mandado lembrança.
   

Clube da Comunidade Patriarca (CDC)


Antigamente chamado de Clube Desportivo Municipal (CDM), o CDC Patriarca é um espaço público do Jardim Triana, gerido pelos diversos grupos que o ocupam.  Embora seja definido como uma unidade esportiva, o Clube da Comunidade hoje envolve não apenas a prática de esportes, mas também atividades de teatro, dança, música, capoeira, reuniões da narcóticos anônimos. 

Um dos 286 clubes da cidade de São Paulo, e parte dos 14 da subprefeitura da Penha, nosso CDC é uma importante conquista política e existe como um espaço de troca e reflexão. Como tal, precisa e deve ser utilizado pela comunidade e por todos aqueles que queiram somar na sua construção coletiva.

Fazem parte do CDC com a gente:

Coletivo Dolores Boca Aberta



Grupo Esquadrão Arte Capoeira



Grupo Teatral Parlendas



Sras. da dança

Grupo de Basquete

Grupo de Futebol


Como chegar no CDC Patriarca:


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Periferacidade

Depois de refletir e debater sobre as muitas inquietações que perpassavam pela gente no nosso cotidiano, orientamos nossos estudos no sentido de tentar entender quais eram as determinações que compunham e tensionavam a nossa realidade. 

Buscando compreender o que é a Cidade e como se produzem nela seus espaços e relações, fomos ampliando nossa leitura de mundo a partir de diversas referências. O exercício tem sido desde questionar qual é a estratégia ideológica de seleção das matérias exibidas num jornal da televisão até o de tentar apreender o movimento da cultura que se produz na periferia e é absorvida por esferas de circulação que extrapolam sua origem. 

Em um momento muito feliz e especialmente significativo para a nossa pesquisa, chegamos à Leste! E é nesse espaço historicamente marginalizado que a nossa vontade de agir tem ganhado sentido. 

A partir do estudo sobre o Direito à Cidade, o coletivo tem como proposta investigar a condição periférica dos sujeitos sociais que ali vivem e o que se produz e se frui de arte nesses espaços.

Através de ações artístico-pedagógicas em forma de oficinas, intervenções e apresentações de cenas e músicas, o grupo procura não “levar a cultura e a arte até a periferia”, supostamente desprovida de manifestações nesse âmbito, mas produzir junto a outros sujeitos periféricos uma expressão significativa a partir da nossa percepção conjunta daquele espaço.

Aos poucos vamos construindo nossas ações e compondo nossa cena partilhada de vontades. E olha que vontade a gente tem. Vamos que vamos!

sábado, 3 de novembro de 2012

Existe Arte em SP

E saiu o resultado oficial!
Projeto Periferacidade aprovado no edital Primeiras Obras do Proac.

 

Comemorações à parte, o coletivo achou por bem expor uma breve reflexão sobre o que significa ter feito parte desse processo. E que o debate seja permanente!

***
      São pouquíssimas as leis e os programas de incentivo à cultura no Estado de São Paulo. Hoje temos, basicamente, duas formas possíveis para a obtenção de apoio a projetos teatrais. Uma delas é por meio de incentivo direto do governo, que destina determinada verba para projetos selecionados através de editais municipais e estaduais como os do Proac, do VAI, do Myriam Muniz e da Lei de Fomento ao Teatro. A outra forma se dá através de incentivos indiretos, quando o governo concede benefícios de isenção fiscal para empresas privadas interessadas em patrocinar projetos por meio de leis como a Rouanet e o Proac ICMS.

      Entretanto, quando o Estado cria programas que repassam a responsabilidade cultural para as empresas, acaba transformando a arte e a cultura em mercadorias e o setor privado é quem passa a ditar o que deve ser produzido e quem terá acesso a essa "cultura". O público torna-se espectador sem senso crítico, simples consumidor de uma arte massificada e imposta por quem tem interesses apenas comerciais. 

      A arte e a cultura são dever do Estado e direito de TODOS. 

      Como a falta de fomento é grande, os grupos encontram-se muitas vezes sem perspectivas de desenvolver um trabalho de qualidade por falta de recursos que satisfaçam às necessidades materiais de seu trabalho. Foi preciso de muita luta e de muita discussão política entre os coletivos para que se chegasse à políticas públicas como a Lei de Fomento ao Teatro, que se destaca dentre as outras por conquistas como sua dotação orçamentária fixa, que garante um valor mínimo obrigatório destinado semestralmente através dos editais.
      E precisamos ainda estar sempre atentos à manutenção de nossos avanços. A própria Lei de Fomento, por exemplo, sofre com constantes investidas contrárias pelas gestões da prefeitura, como Decreto Municipal nº 51.300, ainda em vigor, que desconfigura a lei em seu formato original, instaurando um sistema de convênio e burocratizando ainda mais o programa. 
      Precisamos garantir que o Estado exerça a sua função e viabilize diretamente a produção artística na cidade, já que a arte é também um direito social. E para tanto, não adianta que esperemos a abertura dos novos editais, mas que somemos nas discussões sobre eles, para que a gente entenda o que são e porque devem existir.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Para começar com o pé... esquerdo!


“Um povo que não ajuda e não fomenta seu teatro, se não está morto está moribundo; como o teatro que não recolhe a palpitação social, a palpitação histórica, o drama de suas gentes e a cor genuína de sua paisagem e seu espírito, com riso ou com lágrimas, não tem direito a chamar-se teatro, mas sala de jogo ou lugar para fazer esta horrível coisa que se chama "matar o tempo.”
García Lorca.


    E o grupo é formado! Produto social de seu tempo, vai se configurando à medida em que se depara e se confronta com as condições materiais a sua volta. Por que? Como? Para quem? Muitas são as questões que permeiam esse nosso querer fazer. 
    Quantas contradições percebidas no movimento incessante das coisas! Como entender esse movimento e se manter vivo dentro dele com as nossas ações que, quiçá!, extrapolarão o teatro?!
    Já vão aí 9 meses de encontros, provocações, ensaios e muitas vontades. Um processo doído e gostoso ao mesmo tempo de convivência e descobertas.  
    Da necessidade concreta de dar um rumo às muitas indagações, nosso primeiro projeto. Periferacidade. Com direito à frio na barriga. 
     E vamos esquentando que o trabalho já começou. E é muito! Mas vamos que vamos que vai dar samba!