quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Rádio Novela: Sacramento do Patrocínio

E acaba de sair do forno mais uma intervenção do coletivo, criada para o primeiro ato da Recusa no Ato/Escracho cultural "Café Batucada: também quero decidir!".

Lida na nossa visita ao seminário, a rádio novela ganhou um novo acabamento estético a partir da troca com os parceiros do Coletivo em Construção e ilustres convidadas, as compas Camila e Samya. 

Confiram como ficou!

domingo, 18 de agosto de 2013

Rede Recusa

O Coletivo da Albertina, junto a outros diversos coletivos e movimentos populares, convida os demais trabalhadores e ativistas da cultura a participarem da nossa rede. Viva os espaços de organização coletiva! É hora de somar nossas forças! O próximo encontro da rede será no dia 02 de Setembro. Logo mais enviamos o convite!

Carta de Apresentação da Recusa

RECUSA - Rede Cultural de Solidariedade Autônoma - é o nome de um espaço que se propõe a articulação de trabalhadore(a)s, ativistas e agitadore(a)s da cultura em conjunto com movimentos populares para o fortalecimento de nossas lutas. A rede surge com a necessidade de nos articularmos na disputa dos espaços de nossa cidade, sejam eles espaços geográficos ou espaços das idéias. Organizado(a)s, potencializamos nosso movimento de contestação dos vários problemas que vivemos.

Acreditamos que nosso apartidarismo, assim como nossa autonomia de governantes e organizações que representam os interesses dos de cima é fundamental para realmente resolvermos nossos problemas e não apenas conquistarmos pequenas mudanças e reformas que não mudam o sistema. Afinal, aqueles que nos exploram e nos oprimem estão organizados: temos de responder à altura.

Não levantamos apenas uma bandeira ou acreditamos em uma única forma de luta, a RECUSA é uma ferramenta para somarmos nossas propostas e nossos esforços. É um espaço político para construirmos o mundo que queremos para amanhã (para ontem!). E assim, caminhando lado a lado e nos organizando por baixo, buscamos a transformação dessa sociedade.

Toda força para os que lutam!

sábado, 17 de agosto de 2013

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Tá gostoso aí?

Os últimos meses foram de intensa mobilização. A pauta de reivindicação trazida pelo MPL por um transporte público de qualidade não se reduzia apenas a revogação do aumento, mas a discussão sobre o direito à cidade e como o sistema de transportes está organizado para restringir a nossa circulação e o nosso acesso à cidade. Passado o furor das primeiras manifestações e analisada a conjuntura, a estratégia foi voltar os esforços à organização coletiva e ao trabalho de base. Não por acaso os trabalhadores de cultura foram convidados a reuniões com o movimento, que deram início à rede Recusa. 
Muitas ações articuladas serão possíveis por meio dessa rede. É hora de somar forças. Justamente por isso, o coletivo se viu inspirado pela parceria ao pensar a sua 7ª intervenção. Dessa vez, um passeio pelas linhas de metrô em horário de pico serviu para fazer uma provocação: "Tá gostoso aí? No bolso dos empresários está!". No dia seguinte teve manifestação...



Afinal, do jeito que tá, não dá pra ficar! 

"Atualmente, a remuneração das empresas de ônibus se dá a cada catraca rodada - a remuneração por passageiro. A forma como o ônibus se organiza atualmente em São Paulo é fortemente relacionada com a forma de remuneração por passageiro. E os efeitos colaterais a gente já conhece muito bem: sufoco tanto para os trabalhadores quanto para o usuário. 
POR UMA VIDA SEM CATRACAS!"


Não queremos mais que o transporte, a cultura ou a nossa vida sejam encaradas como mercadorias. CHEGA!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Série Rotatórias - Ocupe a cidade ou quem roda é você!

Ontem realizamos a primeira de uma série de intervenções de ocupação de uma rotatória que fica no cruzamento da Avenida Patrocínio Paulista com a Rua Xapuri, pertinho da nossa sede. 

A gente se inspirou numa intervenção urbana realizada em 2007 pelo Coletivo [Conjunto Vazio], em Belo Horizonte. Chamada de "A Ilha", ela propõe uma nova utilização dos espaços públicos. Confiram mais fotos nesse link.

E como estudamos nada menos que o Direito à Cidade, a antiga referência veio bem a calhar agora, em que estamos discutindo a necessidade de sair para as ruas para dialogar com as pessoas. Para aquecer, fomos para a Praça Araruva, que fica logo ali embaixo, e demos continuidade a uma intervenção antiga, pintando flores de garrafa pet. O simples fato de estarmos na praça fazendo algo já chamou a atenção de quem passava por ali - foi tirar a mesinha e as cadeiras do carro para organizar nossos materiais e já vieram do bar ao lado perguntar se queríamos consumir alguma coisa, que eles traziam! Bem, foi uma experiência oposta a das nossas apresentações, quando as pessoas vinham nos abordar querendo comprar nossas coisas na medida em que arrumávamos o cenário.


 Mas não, a gente não estava ali para comprar. A gente estava ali para ocupar. Ocupar um espaço que nos é de direito. Flores e sprays dispostos no chão, uma câmera na mão, e logo apareceram comentários e perguntas sobre o que é que estávamos fazendo ali. Mais importante do que o que fazíamos, as conversas se encaminharam ao questionamento de porque estávamos fazendo ali.

"Seria legal se mais pessoas fizessem isso por aqui"
 

"Vocês vão estar aqui amanhã? Meu filho vai pirar de ver isso!"

Depois, com o sol mais ameno e uma brisa gostosa, rumamos à rotatória e montamos lá nosso canto da conversa. Cervejas, amendoim e bolachas num clima descontraído para prosear. Não deu um segundo para ouvirmos um "Aí sim, hein?"
 

Chegamos a conclusão de que 90% dos que passavam por ali de carro ou a pé definiam a possibilidade do espaço do ócio como "isso sim é vida". Pois é, isso sim é vida: termos domínio sobre o nosso próprio tempo. E isso é tão raro, hein? Se "isso sim é vida", então o que nos resta no nosso cotidiano (de)formado nos moldes do capital é sobrevida. 
 


 E, "aí sim", a constatação: a produção do espaço/tempo da cidade é voltada à nossa sobrevida. Ninguém tem que ter tempo de se entregar ao ócio, porque ele não é produtivo. Ninguém pode ter espaço para o ócio, porque o tempo da cidade nos engole. A cidade é suja, é perigosa e cheia demais no nosso percurso casa-trabalho-estudo. Fique seguro na sua casa, na sua propriedade privada. Sua, só sua. E deixe o espaço público ser também privatizado. Ou degradado, até que o interesse imobiliário venha varrendo o que não interessa (lixo, casa e gente) para aí sim privatizar. 
 


A gente tá fora dessa! Ninguém bota a mão no que é nosso, não. Por isso, vamos ocupar e debater. Porque ocupar é resistir!

Aí sim, hein?